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RIO — O dólar comercial opera em alta nesta terça-feira, com investidores reagindo à nova pesquisa Datafolha que mostrou vantagem para a presidente Dilma Rousseff (PT). Às 11h24m, a divisa registrava valorização de 1,05%, cotada a R$ 2,488 para compra e a R$ 2,490 para venda. Na máxima do dia até agora, a moeda americana chegou a valer R$ 2,501. Na contramão dos mercados internacionais, a Bolsa, por sua vez, cai com força, acompanhando o descontentamento do mercado com as estimativas eleitorais. O índice de referência Ibovespa tem baixa de 3,70%, aos 52.239 pontos.
Entre as ações, a queda é concentrada em empresas do chamado “kit eleição”, que reúne os papéis mais voláteis ao clima político. As ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras cai 6,77%, enquanto as preferenciais (sem voto) recuam 6,86%. O banco Bradesco despenca 6,64%, enquanto o Itaú Unibanco tem baixa de 6,17%. A Eletrobras opera com desvalorização de 8,12% (ON) e 6,79% (PN).
— A tendência é que vejamos essa volatilidade enorme até mesmo na semana que vem, independentemente de quem vença, pois os investidores ainda estão em dúvida sobre qual o rumo da economia no ano que vem — disse Elad Revi, da Spinelli Corretora.
Pesquisa Datafolha divulgada na noite desta segunda-feira mostrou, pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff (PT) numericamente à frente de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Ambos continuam empatados tecnicamente. Dilma registrou 46% das intenções de voto e o tucano, 43%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O mercado financeiro é, em sua maioria, crítico à política econômica atual e reage com mau humor a notícias favoráveis à reeleição de Dilma.
A JBS tem queda de 3,95%. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indeferiu registro para abertura de capital de sua subsidiária JBS Foods, de alimentos processados. A oferta de ações da companhia era uma das poucas esperadas para este ano, que deve terminar como o primeiro em uma década sem oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A companhia aérea Gol, que sofre com a alta do dólar porque importa combustível para suas aeronaves, cai 5,91%.
Apenas três das 70 ações do Ibovespa apresentam alta, sendo duas delas do segmento de papel e celulose, a Fibria (2,11%) e Suzano (0,66%) — ambas são exportadoras e são favorecidas por um real mais fraco.
— Essas ações são atreladas diretamente ao câmbio pelo mercado. Mas, no caso das exportadoras, há um limite para os ganhos quando o dólar sobe, já que elas também têm muita dívida em dólar. Se a moeda subir mais, elas podem perder — afirmou Revi, da Spinelli.
BOLSAS GLOBAIS AVANÇAM
Nos mercados globais, as ações sobem respondendo a resultados financeiros positivos divulgados por empresas. Na Europa, a farmacêutica Actelion e o banco sueco Swedbank são os maiores destaques. O índice de referência Euro Stoxx avança 1,29%, enquanto a Bolsa de Londres registra valorização de 0,83%, a de Paris sobe 1,57% e a de Frankfurt, 1,06%. Em Wall Street, puxam os mercados as companhias de tecnologia, sobretudo a Apple, cujas vendas de smartphones iPhone bateram recorde no terceiro trimestre. O índice Dow Jones sobe 0,12%, enquanto o S&P 500 ganha 0,91%. O Nasdaq registra alta de 1,35%.