Por: Renato Freitas
Com um smartphone, três minutos e um pouco de curiosidade, qualquer brasileiro poderia saber os remédios retirados pelo presidente Michel Temer (PMDB) na rede pública, caso ele se trate na rede pública, ou descobrir quando é a próxima consulta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) num posto de saúde, caso ele se consulte em postos de saúde.
O aplicativo E-Saúde, do Ministério da Saúde, foi lançado com brecha de segurança que expôs durante mais de sete meses informações pessoais da saúde de brasileiros.
Dados como o histórico de remédios retirados no SUS (Sistema Único de Saúde) e as consultas agendadas nos postos de atenção básica estavam liberados mediante fornecimento de dois dados simples: o número de CPF e a data de nascimento.
Como políticos são obrigados a fornecer essas informações quando se candidatam, eram alvos frágeis. Com os dados disponíveis na internet, foi possível acessar o cartão SUS do presidente, do governador Alckmin e de João Doria (PSDB), o prefeito de São Paulo. Os dados médicos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), também estavam vulneráveis.
Após ser procurado pela Folha, o ministério admitiu a falha e mudou o sistema de cadastro para uso do aplicativo. folha.uol/rfitaperuna o site do povo.