De VEJA.com
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, será executado depois de amanhã pelo governo da Indonésia por uma condenação por tráfico de drogas, reporta a Folha de S. Paulo nesta quinta-feira.
A informação foi confirmada por Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral, órgão responsável pelas execuções no país.
O Ministério das Relações Exteriores e o próprio Cardoso Moreira já foram informados do cumprimento da sentença. Em 2003, o brasileiro — [que antes de ser preso agia há anos como “mula”, ganhando a vida com o transporte clandestino de drogas entre diferentes países] — tentou entrar no país com mais de 13 quilos de cocaína escondidos em tubos metálicos de uma asa-delta.
No ano seguinte ele foi condenado, e desde então está detido. [Na Indonésia, a pena de morte é executada por pelotões de fuzilamento.]
Se a execução for consolidada, será a primeira vez que um brasileiro morre condenado à pena de morte no exterior. Outro brasileiro, Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, também foi condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas e teve, na semana passada, seu pedido de clemência rejeitado pelo presidente Joko Widodo.
Com isso, não há mais recursos legais que possam impedir a sua execução, que ainda não tem data marcada.
Segundo Utomo Karim, advogado pago pelo governo brasileiro para defender Cardoso Moreira, seu cliente ficará isolado até a data marcada para a execução, que será feita por fuzilamento. Karim disse ao jornal que Cardoso Moreira ficou “chocado” ao ser informado da execução iminente. Sem filhos e com os pais mortos, somente uma tia do brasileiro está na Indonésia acompanhando o caso, assim como um diplomata escalado pelo governo brasileiro.
Ainda de acordo com a Folha, o governo da Indonésia não respondeu aos apelos do governo brasileiro, que interveio com uma mensagem da presidente Dilma Rousseff para Widodo.
Ex-governador de Jacarta, Joko Widodo assumiu a presidência em outubro [obteve 53,15%, ou quase 71 milhões de votos, na eleição de julho do ano passado] e implantou uma política de tolerância zero para traficantes, prometendo executar os condenados por esse tipo de crime.
Ele tem apoio da população, amplamente favorável à pena de morte. Em 2013, a Indonésia fuzilou cinco condenados e atualmente há 64 presos no corredor da morte no país.