Apontado como "homem do dinheiro" dos esquemas de corrupção no Governo do Estado, José Carlos de Melo, ex-pró-reitor da Universidade Iguaçu (Unig) se entregou à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (31). Ele era considerado foragido desde a última sexta-feira (28), quando não foi encontrado na operação que prendeu 10 pessoas e afastou do cargo o governador Wilson Witzel.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), José Carlos seria o chefe de um dos três grupos que disputavam poder e vantagens ilícitas dentro do governo. Segundo o MPF, o diferencial de José Carlos era sempre possuir dinheiro em espécie para as transações.
De acordo com a denúncia com base na delação premiada do ex-secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos, José Carlos agenciava as empresas que prestariam serviço para a pasta, recebendo valores em razão da intermediação. Segundo Edmar, José Carlos dizia abertamente que tinha muita facilidade em ter dinheiro vivo.
Como O Globo mostrou hoje, o delator relata um episódio em que, após uma reunião na casa de José Carlos para tratar de vantagens em contratações na saúde, ficou acertado que Edmar receberia R$ 600 mil em propina. José Carlos teria, então, entregue imediatamente uma mochila com R$ 300 mil em espécie. A segunda parte também foi paga em dinheiro, apesar de Edmar ter pedido para receber de outra maneira.
José Carlos teria entrado no governo por intermédio do grupo do empresário Mário Peixoto, segundo a denúncia. Peixoto foi preso na Operação Favorito, acusado de montar um esquema dentro da secretaria de Saúde de fraudes em licitações. Seu homem de confiança seria o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, o advogado Lucas Tristão. Foi por intermédio de Tristão que José Carlos teria entrado no grupo, mas, com o tempo, o ex pro-reitor da Unig se distancia dele e passa andar pelas próprias pernas.
RF/EXTRA